sexta-feira, 14 de março de 2014

A era do branco chegou e deixa carros coloridos mais longe das ruas.

Durante o Salão de Detroit, em janeiro, UOL Carros analisou as novas tendênciasglobais para pinturas automotivas e constatou que cores como vermelho e azul estão em alta, ainda que o branco prevaleça no mercado americano há oito anos, acompanhado de perto por preto, prata e cinza.
Influenciado por importados de luxo, como BMW e Mercedes -- que valorizaram a "roupa branca" nos últimos anos como sinônimo de eficiência e consciência global --, o Brasil aderiu à moda e esta cor perdeu o estigma de "cor de táxi" (em São Paulo) ou de "geladeira sobre rodas". Segundo relatórios das duas maiores fabricantes de tintas, Axalta e PPG, a cor ameaça a hegemonia do prata, vigente desde 2001.

No balanço da Axalta (antiga DuPont), o branco já tomou a liderança nas vendas de carros novos em 2013, com 29% do mercado, contra 25% do prata. Já os índices da PPG apontam o prata ainda à frente, com 33%, e o branco em segundo, com 29%. Nos dois rankings, preto e cinza completam o quarteto que monopoliza cerca de 80% dos emplacamentos no país.

CORES PREFERIDAS EM 2013

  • Fonte: rankings Axalta e PPG, Brasil.
Os índices não deixam mentir: o brasileiro ainda é muito conservador ao escolher a cor do carro. E não é mera questão de gosto pessoal. "Muitos consumidores ainda ficam preocupados com a perda de valor de revenda que cores excêntricas podem causar", diz Tikashi Arita, gerente de negócios automotivos da Axalta.
Nem sempre foi assim: até o início dos anos 2000, era mais comum ver nas ruas modelos de cores como azul e verde. No decorrer dos anos 1990, o país chegou a encarar pequenas "febres" de determinados tons. "Na segunda metade daquela década, tivemos períodos de grande procura pelo vermelho e também pelo verde", lembra Alex Amorim, gerente de cores e pigmentos da PPG.
Para Arita, as montadoras até estão dispostas a mudar o cenário atual e deixar as ruas mais coloridas, oferecendo opções diversificadas em suas paletas. Entretanto, o processo ainda tem "pouca representatividade" no cenário de curto prazo.

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